O Deriva Cartográfica surgiu para possibilitar diálogos visuais entre artistas de diferentes cidades do Brasil. Nos dedicamos à criação colaborativa de imagens experimentais através de trocas de filmes (film swap), produzindo fotografias analógicas de múltiplas exposições que conectam territórios e dissolvem fronteiras.

O projeto nasceu em 2017, na cidade de Uberlândia (MG), criado e coordenado por Mariana Sassine e Yuji Kodato. Neste ano, através do Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Uberlândia, formamos um coletivo de 17 artistas que durante 12 meses fotografou toda a cidade, seus bairros, entornos e habitantes.

Em 2021, com financiamento do Rumos Itaú Cultural, constituímos um novo coletivo de 66 artistas provenientes de todos os estados do país (mais DF), incluindo capitais e interiores. O grupo foi formado através de uma chamada aberta, abarcando pessoas com diferentes graus de experiência, daqueles que acabaram de ingressar no universo da fotografia analógica até artistas com vasta trajetória.
                                        


Em comum, compartilhamos a paixão pela fotografia analógica e seus processos artesanais, além de um desejo por novas formas de criação e compartilhamento. Em nosso grupo possuímos uma grande diversidade de histórias de vida, contextos culturais, estilos fotográficos, pesquisas artísticas e lutas políticas. Nossa força está justamente na multiplicidade e na diferença. Na generosidade em nos abrirmos à uma criação colaborativa e imprevisível, na qual as imagens só são possíveis a partir do encontro entre duas ou mais pessoas. Nossa produção é exclusivamente através de trocas de filmes e assim reafirmamos a potência criadora do encontro: a autoria de nossas imagens sempre é compartilhada. Na maioria dos casos, nossos participantes trabalham com pessoas antes desconhecidas, em um processo em que as imagens são radicalmente transformadas pelas criações deste outre. Assim, nossas trocas são mergulhos no desconhecido e as imagens nunca retornam como havíamos imaginado.

 
Mapa com os trajetos realizados pelos filmes em nosso projeto


Em 2022, o coletivo foi organizado em 33 duplas que trocaram e fotografaram 3 filmes cada. Esses pares foram formados de maneira a criar diferentes pontes ao longo do Brasil: conexões entre extremos distantes do país, entrelaçamentos entre rural e urbano, mescla de estilos diferentes, encontros entre culturas distintas.

Assim, através de nosso processo fotográfico, criamos cartografias ficcionais que celebram a pluralidade de culturas do Brasil, oferecendo pontos de vistas variados sobre nossa história e nosso presente. As fotografias que constituem nossos mapas visuais celebram a grande diversidade de modos de se ocupar, percorrer e produzir os territórios em que nossas vidas se desenrolam. Por isso, os lugares e corpos que revelamos estão sempre em trânsito e atravessamento: aqui e ali, agora e depois, antes e agora. Nossas criações desafiam as demarcações geopolíticas oficiais para criar outras imagens-paisagens do que é esse Brasil, tão vasto e profundo. 

Se você deseja entender melhor o que é e como realizar uma troca de filmes, nós criamos um guia! Basta acessa-lo aqui.


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DERIVA CARTOGRÁFICA - RUMOS ITAÚ CULTURAL (2022)

Criação e coordenação: Yuji Kodato e Mariana Sassine
Identidade Visual: Flora Próspero 

Laboratório fotográfico (revelação e digitalização de filmes 135): Lab:Lab Analógico

Ilustrações do mapa: Maria Júlia Rêgo e Félix Perini 

Apoio: Rumos Itaú Cultural 2019-2020⁣

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DERIVA CARTOGRÁGICA - PROGRAMA MUNICIPAL DE INCENTIVO À CULTURA DE UBERLÂNDIA (2017)

Participantes da etapa em Uberlândia (MG): Alanna Fernandes | Ananda Cruz | BrunaBrunu | Clara Alves | Daniel Rizoto | Giovanna Andrade Couto | Israel Gollino | Karina Alves de Sousa | Khamylla Silvério | Lais Borges | Lívia Chiovato | Ray Rodovalho Reis | Thaneressa Lima | Thiago Paulino | Victor Arantes 

Projeto gráfico da revista Deriva Cartográfica etapa em Uberlândia (MG): Francesca Fermata 
Apoio: PMIC - Uberlândia